Corporalidad y estética indígena en la “Festa da Menina-Moça”: territorialidad, cosmopolítica y alteridad entre los Tenetehar-Tembé
No. 53 (2023-10-02)Autor/a(es/as)
-
Benedito Emílio RibeiroUniversidade Federal do Pará, BrasilIdentificador ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1721-5791
Resumen
En las últimas décadas, los pueblos indígenas vienen articulando procesos que fortalecen y/o reviven rituales, cosmologías, estéticas y diversidad de saberes como estrategia política de resistencia. Este fenómeno está vinculado a formas de afirmación de la identidad y mantenimiento de los derechos territoriales, y ha sido una lente para el análisis antropológico de la realidad indígena. Teniendo esto en cuenta, el artículo se centra en un conjunto de experiencias estéticas y conocimientos cosmológicos que tienen lugar durante la “Festa da Menina-Moça”, un importante proceso ritual y evento cosmopolítico del pueblo Tenetehar-Tembé, situado en el noreste del estado de Pará, Brasil. El objetivo de este estudio es comprender la relación entre la fabricación social del cuerpo Tembé y el papel y la “fuerza” (agencia) de las mujeres en la producción y el uso estético de la fiesta. En este uso se traducen aspectos importantes de la territorialidad, la cosmopolítica y la alteridad de este pueblo Tupi-Guaraní de la Amazonia oriental. El estudio se sustenta sobre dos bases, la revisión de la literatura antropológica y la teorización etnográfica, basada tanto en mis experiencias de campo en las aldeas de Guamá como en la observación participante que hice de la fiesta a mediados de 2018. Gracias a este análisis, en el artículo se analizan los caminos o fases de la Festa da Menina-Moça y la eficacia de la estética Tembé en la fabricación de los cuerpos-territorios de las/os niñas/os en la liminalidad hasta su transformación relacional en “gente verdadera”. En este artículo se propone una lectura original de la realidad Tembé y sus procesos a partir de las expresiones estéticas de la fiesta, que son un eje revelador de las dinámicas socioculturales y las relaciones cosmopolíticas de los diferentes grupos indígenas. Se concluye que las formas de organización social y las prácticas políticas del pueblo Tenetehar-Tembé están fuertemente influenciadas por la celebración. Aquí, los saberes cosmológicos y las estéticas potenciales construyen “gente verdadera” al mismo tiempo que (re)producen socialidades y memoria ritual que se movilizan y actualizan en otros contextos de la vida Tembé, sobre todo, en las luchas políticas por su territorio.
Referencias
Almeida, Alfredo Wagner Berno de, Eriki Aleixo de Melo, Ítala T. Rodrigues Nepomuceno e Vinícius Cosmos Benvegnú. 2019. Mineração e garimpo em terras tradicionalmente ocupadas: conflitos sociais e mobilizações étnicas. Manaus: UEA Edições; PNCSA.
Almeida, Emerson Rubens Mesquita. 2019. “A política vai à festa: sagacidade e estratégias tentehar nas relações interétnicas”. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de Brasília, Brasília. https://repositorio.unb.br/handle/10482/36880
Alonso, Sara. 1996. “Os Tembé de Guamá: processo de construção da cultura e identidade Tembé”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Rio de Janeiro. https://minerva.ufrj.br/F/?func=direct&doc_number=000188522&local_base=UFR01
Baniwa, Gersem. 2019. “Indígenas na política e o poder tutelar no (des)caminho da autonomia indígena no Brasil”. Em Desafiando Leviatãs: experiências indígenas com o desenvolvimento, o reconhecimento e os Estados, organizado por Claudia Leonor López Garcés, Cristhian Teófilo da Silva e Elena Nava Morales, 205-233. Belém: MPEG.
Belaunde, Luiza Elvira. 2006. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue: hematologia e gênero na Amazônia”. Traduzido por Inês Rosa Bueno. Revista de Antropologia 49 (1): 205-243. https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000100007 DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000100007
Coelho, José Rondinelli Lima. 2014. “Cosmologia Tenetehara Tembé: (re)pensando narrativas, ritos e alteridade no Alto Rio Guamá-PA”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Amazonas, Manaus. https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2875
Cohn, Clarice. 2019. “Fazendo pessoas, fazendo coletivos: as mulheres Xikrin do Bacajá”. Amazônica Revista de Antropologia 11 (2): 549-581. https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7554 DOI: https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7554
Fausto, Carlos. 2002. “Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia”. Mana 8 (2): 7-44. https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000200001 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000200001
Geertz, Clifford. 1978. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
Kopenawa, Davi e Bruce Albert. 2015. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.
Lagrou, Els. 2011. “Existiria uma arte das sociedades contra o Estado?”. Revista de Antropologia 54 (2): 747-780. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39645 DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39645
Lagrou, Els. 2010. “Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas”. Proa — Revista de Antropologia e Arte 1 (2): 1-26. https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/proa/article/view/2385
Matarezio Filho, Edson Tosta. 2017. “O amadurecimento dos corpos e do cosmos — mito, ritual e pessoa Ticuna”. Revista de Antropologia 60 (1): 193-215. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132073 DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132073
Maués, Raymundo Heraldo e Maria Angélica Motta-Maués. 1978. “O modelo de ‘reima’: representações alimentares em uma comunidade amazônica”. Anuário Antropológico 2 (1): 120-147. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6016
Mauss, Marcel. 2017. Sociologia e antropologia. São Paulo: Ubu Editora.
Müller, Regina Polo. 2008. “Ritual e performance nas artes indígenas”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia 7: 69-75. https://www.revistas.usp.br/revmaesupl/article/view/113496/111451 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2594-5939.revmaesupl.2008.113496
Oliveira, João Pacheco de. 2016. O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa.
Otero dos Santos, Júlia. 2022. “Como fazer um povo existir: ritual, política e parentesco entre os Karo-Arara de Rondônia”. Mana 28 (2): 1-28. https://doi.org/10.1590/1678-49442022v28n2a203 DOI: https://doi.org/10.1590/1678-49442022v28n2a203
Otero dos Santos, Júlia. 2019. “Sobre mulheres brabas: ritual, gênero e perspectiva”. Amazônica Revista de Antropologia 11 (2): 607-635. https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7643 DOI: https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7643
Peirano, Mariza. 2014. “Etnografia não é método”. Horizontes Antropológicos 20 (42): 377-391. https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015 DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015
Pereira, José Agnaldo Pinheiro. 2019. “O uso de pinturas corporais entre os Tenetehar Tembé da região do Alto Rio Guamá e seus significados em narrativas míticas”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia, Universidade Federal do Pará, Bragança.
Perrone-Moisés, Beatriz. 2015. “Festa e guerra”. Tese de livre docência, Departamento de Antropologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Ponte, Vanderlúcia da Silva. 2022. “‘Mulher-pajé’: cosmopolítica do corpo na festa do wira’u haw Tenetehar-Tembé”. Tellus 22 (47): 35-60. https://doi.org/10.20435/tellus.v22i47.771 DOI: https://doi.org/10.20435/tellus.v22i47.771
Ponte, Vanderlúcia da Silva. 2014. “Os Tenetehar-Tembé do Guamá e do Gurupi, povo verdadeiro!: ‘saúde diferenciada’, território e indianidade na ação pública local”. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará, Belém. https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1472024
Ponte, Vanderlúcia da Silva, Benedito Emílio da Silva Ribeiro, Antonio Sarmento dos Santos e Lourdes de Vasconcelos Bentes. 2020. “‘Uma Área de Pastagem Ela não Tem a Qualidade de Erva Medicinal’: entre saber e poder, território e territorialidade Tembé”. Revista Anthropológicas 31 (1): 105-140. https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.245054 DOI: https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.245054
Santos-Granero, Fernando. 2012. Introdução a La vida oculta de las cosas: teorías indígenas de la materialidad y la personeidad, editado por Fernando Santos-Granero, 13-50. Quito: Ediciones Abya-Yala.
Santos-Granero, Fernando. 1986. “Power, Ideology and the Ritual of Production in Lowland South America”. Man 21 (4): 657-679. https://doi.org/10.2307/2802902 DOI: https://doi.org/10.2307/2802902
Saraiva, Lena Cláudia dos Santos Amorim. 2012. “Os Tembé do rio Guamá e do rio Gurupi: Um estudo etnográfico do conhecimento tradicional sobre o território na construção da identidade”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará, Belém.
Severi, Carlos. 2013. “O espaço quimérico: percepção e projeção nos atos do olhar”. Em Quimeras em diálogo: grafismo e figuração nas artes indígenas, organizado por Carlo Severi e Els Lagrou, 25-65. Rio de Janeiro: 7 Letras.
Severi, Carlos. 1996. La memoria ritual: locura e imagen del blanco en una tradición chamanística amerindia. Quito: Ediciones Abya-Yala.
Strathern, Marilyn. 2017. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Ubu Editora.
Turner, Víctor. 1974. O processo ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes.
Velthem, Lúcia Hussak van. 2019. “‘Evocar outras realidades’: considerações sobre as estéticas indígenas”. Em Estéticas indígenas, organizado por Carla Milani Damião e Caius Brandão, 15-42. Goiânia: Gráfica UFG.
Velthem, Lúcia Hussak van. 2010. “Artes indígenas: notas sobre a lógica dos corpos e dos artefatos”. Textos Escolhidos de Cultura e Artes Populares 7 (1): 19-29. https://doi.org/10.12957/tecap.2010.12052 DOI: https://doi.org/10.12957/tecap.2010.12052
Vidal, Lux. 2001. “As artes indígenas e seus múltiplos mundos”. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 29: 11-41. http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat29.pdf
Viveiros de Castro, Eduardo. 2018. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora; n-1 edições.
Viveiros de Castro, Eduardo. 1979. “A fabricação do corpo na sociedade xinguana”. Boletim do Museu Nacional 32: 40-49. http://www.etnolinguistica.org/pessoa:castro
Wagley, Charles e Eduardo Galvão. 1961. Os índios Tenetehara: uma cultura em transição. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura.
Zannoni, Claudio. 1999. Conflito e coesão: o dinamismo Tenetehara. Brasília: CIMI.