Antípoda. Revista de Antropología y Arqueología

Antipod. Rev. Antropol. Arqueol | eISSN 2011-4273 | ISSN 1900-5407

Corporalidad y estética indígena en la “Festa da Menina-Moça”: territorialidad, cosmopolítica y alteridad entre los Tenetehar-Tembé

No. 53 (2023-10-02)
  • Benedito Emílio Ribeiro
    Universidade Federal do Pará, Brasil
    Identificador ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1721-5791

Resumen

En las últimas décadas, los pueblos indígenas vienen articulando procesos que fortalecen y/o reviven rituales, cosmologías, estéticas y diversidad de saberes como estrategia política de resistencia. Este fenómeno está vinculado a formas de afirmación de la identidad y mantenimiento de los derechos territoriales, y ha sido una lente para el análisis antropológico de la realidad indígena. Teniendo esto en cuenta, el artículo se centra en un conjunto de experiencias estéticas y conocimientos cosmológicos que tienen lugar durante la “Festa da Menina-Moça”, un importante proceso ritual y evento cosmopolítico del pueblo Tenetehar-Tembé, situado en el noreste del estado de Pará, Brasil. El objetivo de este estudio es comprender la relación entre la fabricación social del cuerpo Tembé y el papel y la “fuerza” (agencia) de las mujeres en la producción y el uso estético de la fiesta. En este uso se traducen aspectos importantes de la territorialidad, la cosmopolítica y la alteridad de este pueblo Tupi-Guaraní de la Amazonia oriental. El estudio se sustenta sobre dos bases, la revisión de la literatura antropológica y la teorización etnográfica, basada tanto en mis experiencias de campo en las aldeas de Guamá como en la observación participante que hice de la fiesta a mediados de 2018. Gracias a este análisis, en el artículo se analizan los caminos o fases de la Festa da Menina-Moça y la eficacia de la estética Tembé en la fabricación de los cuerpos-territorios de las/os niñas/os en la liminalidad hasta su transformación relacional en “gente verdadera”. En este artículo se propone una lectura original de la realidad Tembé y sus procesos a partir de las expresiones estéticas de la fiesta, que son un eje revelador de las dinámicas socioculturales y las relaciones cosmopolíticas de los diferentes grupos indígenas. Se concluye que las formas de organización social y las prácticas políticas del pueblo Tenetehar-Tembé están fuertemente influenciadas por la celebración. Aquí, los saberes cosmológicos y las estéticas potenciales construyen “gente verdadera” al mismo tiempo que (re)producen socialidades y memoria ritual que se movilizan y actualizan en otros contextos de la vida Tembé, sobre todo, en las luchas políticas por su territorio.

Palabras clave: Amazonía brasileña, cosmología Tembé, estética indígena, relaciones de género, ritual, territorios indígenas

Referencias

Almeida, Alfredo Wagner Berno de, Eriki Aleixo de Melo, Ítala T. Rodrigues Nepomuceno e Vinícius Cosmos Benvegnú. 2019. Mineração e garimpo em terras tradicionalmente ocupadas: conflitos sociais e mobilizações étnicas. Manaus: UEA Edições; PNCSA.

Almeida, Emerson Rubens Mesquita. 2019. “A política vai à festa: sagacidade e estratégias tentehar nas relações interétnicas”. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de Brasília, Brasília. https://repositorio.unb.br/handle/10482/36880

Alonso, Sara. 1996. “Os Tembé de Guamá: processo de construção da cultura e identidade Tembé”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Rio de Janeiro. https://minerva.ufrj.br/F/?func=direct&doc_number=000188522&local_base=UFR01

Baniwa, Gersem. 2019. “Indígenas na política e o poder tutelar no (des)caminho da autonomia indígena no Brasil”. Em Desafiando Leviatãs: experiências indígenas com o desenvolvimento, o reconhecimento e os Estados, organizado por Claudia Leonor López Garcés, Cristhian Teófilo da Silva e Elena Nava Morales, 205-233. Belém: MPEG.

Belaunde, Luiza Elvira. 2006. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue: hematologia e gênero na Amazônia”. Traduzido por Inês Rosa Bueno. Revista de Antropologia 49 (1): 205-243. https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000100007 DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000100007

Coelho, José Rondinelli Lima. 2014. “Cosmologia Tenetehara Tembé: (re)pensando narrativas, ritos e alteridade no Alto Rio Guamá-PA”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Amazonas, Manaus. https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2875

Cohn, Clarice. 2019. “Fazendo pessoas, fazendo coletivos: as mulheres Xikrin do Bacajá”. Amazônica Revista de Antropologia 11 (2): 549-581. https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7554 DOI: https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7554

Fausto, Carlos. 2002. “Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia”. Mana 8 (2): 7-44. https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000200001 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000200001

Geertz, Clifford. 1978. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

Kopenawa, Davi e Bruce Albert. 2015. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.

Lagrou, Els. 2011. “Existiria uma arte das sociedades contra o Estado?”. Revista de Antropologia 54 (2): 747-780. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39645 DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2011.39645

Lagrou, Els. 2010. “Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas”. Proa — Revista de Antropologia e Arte 1 (2): 1-26. https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/proa/article/view/2385

Matarezio Filho, Edson Tosta. 2017. “O amadurecimento dos corpos e do cosmos — mito, ritual e pessoa Ticuna”. Revista de Antropologia 60 (1): 193-215. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132073 DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132073

Maués, Raymundo Heraldo e Maria Angélica Motta-Maués. 1978. “O modelo de ‘reima’: representações alimentares em uma comunidade amazônica”. Anuário Antropológico 2 (1): 120-147. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6016

Mauss, Marcel. 2017. Sociologia e antropologia. São Paulo: Ubu Editora.

Müller, Regina Polo. 2008. “Ritual e performance nas artes indígenas”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia 7: 69-75. https://www.revistas.usp.br/revmaesupl/article/view/113496/111451 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2594-5939.revmaesupl.2008.113496

Oliveira, João Pacheco de. 2016. O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Otero dos Santos, Júlia. 2022. “Como fazer um povo existir: ritual, política e parentesco entre os Karo-Arara de Rondônia”. Mana 28 (2): 1-28. https://doi.org/10.1590/1678-49442022v28n2a203 DOI: https://doi.org/10.1590/1678-49442022v28n2a203

Otero dos Santos, Júlia. 2019. “Sobre mulheres brabas: ritual, gênero e perspectiva”. Amazônica Revista de Antropologia 11 (2): 607-635. https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7643 DOI: https://doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7643

Peirano, Mariza. 2014. “Etnografia não é método”. Horizontes Antropológicos 20 (42): 377-391. https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015 DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015

Pereira, José Agnaldo Pinheiro. 2019. “O uso de pinturas corporais entre os Tenetehar Tembé da região do Alto Rio Guamá e seus significados em narrativas míticas”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia, Universidade Federal do Pará, Bragança.

Perrone-Moisés, Beatriz. 2015. “Festa e guerra”. Tese de livre docência, Departamento de Antropologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Ponte, Vanderlúcia da Silva. 2022. “‘Mulher-pajé’: cosmopolítica do corpo na festa do wira’u haw Tenetehar-Tembé”. Tellus 22 (47): 35-60. https://doi.org/10.20435/tellus.v22i47.771 DOI: https://doi.org/10.20435/tellus.v22i47.771

Ponte, Vanderlúcia da Silva. 2014. “Os Tenetehar-Tembé do Guamá e do Gurupi, povo verdadeiro!: ‘saúde diferenciada’, território e indianidade na ação pública local”. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará, Belém. https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1472024

Ponte, Vanderlúcia da Silva, Benedito Emílio da Silva Ribeiro, Antonio Sarmento dos Santos e Lourdes de Vasconcelos Bentes. 2020. “‘Uma Área de Pastagem Ela não Tem a Qualidade de Erva Medicinal’: entre saber e poder, território e territorialidade Tembé”. Revista Anthropológicas 31 (1): 105-140. https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.245054 DOI: https://doi.org/10.51359/2525-5223.2020.245054

Santos-Granero, Fernando. 2012. Introdução a La vida oculta de las cosas: teorías indígenas de la materialidad y la personeidad, editado por Fernando Santos-Granero, 13-50. Quito: Ediciones Abya-Yala.

Santos-Granero, Fernando. 1986. “Power, Ideology and the Ritual of Production in Lowland South America”. Man 21 (4): 657-679. https://doi.org/10.2307/2802902 DOI: https://doi.org/10.2307/2802902

Saraiva, Lena Cláudia dos Santos Amorim. 2012. “Os Tembé do rio Guamá e do rio Gurupi: Um estudo etnográfico do conhecimento tradicional sobre o território na construção da identidade”. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará, Belém.

Severi, Carlos. 2013. “O espaço quimérico: percepção e projeção nos atos do olhar”. Em Quimeras em diálogo: grafismo e figuração nas artes indígenas, organizado por Carlo Severi e Els Lagrou, 25-65. Rio de Janeiro: 7 Letras.

Severi, Carlos. 1996. La memoria ritual: locura e imagen del blanco en una tradición chamanística amerindia. Quito: Ediciones Abya-Yala.

Strathern, Marilyn. 2017. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Ubu Editora.

Turner, Víctor. 1974. O processo ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes.

Velthem, Lúcia Hussak van. 2019. “‘Evocar outras realidades’: considerações sobre as estéticas indígenas”. Em Estéticas indígenas, organizado por Carla Milani Damião e Caius Brandão, 15-42. Goiânia: Gráfica UFG.

Velthem, Lúcia Hussak van. 2010. “Artes indígenas: notas sobre a lógica dos corpos e dos artefatos”. Textos Escolhidos de Cultura e Artes Populares 7 (1): 19-29. https://doi.org/10.12957/tecap.2010.12052 DOI: https://doi.org/10.12957/tecap.2010.12052

Vidal, Lux. 2001. “As artes indígenas e seus múltiplos mundos”. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 29: 11-41. http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat29.pdf

Viveiros de Castro, Eduardo. 2018. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora; n-1 edições.

Viveiros de Castro, Eduardo. 1979. “A fabricação do corpo na sociedade xinguana”. Boletim do Museu Nacional 32: 40-49. http://www.etnolinguistica.org/pessoa:castro

Wagley, Charles e Eduardo Galvão. 1961. Os índios Tenetehara: uma cultura em transição. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura.

Zannoni, Claudio. 1999. Conflito e coesão: o dinamismo Tenetehara. Brasília: CIMI.