Futuros imaginados. Perspectivas descentralizadas sobre o trabalho etnográfico
No. 47 (2022-04-01)Autor(es)
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Ricardo GreeneUniversidad de las Américas, Chile
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Carla Pinochet CobosUniversidad Alberto Hurtado, Chile
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Debora LanzeniMonash University, Australia
Resumo
Este artigo elabora uma reflexão sobre os modos em que a prática etnográfica, constituída em seu desenvolvimento clássico à beira da disciplina antropológica, experimenta um conjunto de tensões, desafios e transformações em seus exercícios contemporâneos. No âmbito de uma intensificação dos cruzamentos inter e transdisciplinares e, em meio das aceleradas e complexas transições ao mundo digital, a etnografia deve repensar seus modos de fazer no que se refere ao método, abordagem e prática da escrita. Trata-se de negociações não isentas de conflitos e que nos chamam a compreender como as atuais condições de produção do etnográfico vêm favorecendo a urgência de novas formas de estar aí. Neste texto, que serve de introdução ao presente dossiê da revista e é construído com base na leitura e discussão de literatura especializada, questionamo-nos acerca das atuais áreas de fricção da etnografia como prática epistemológica, ético-política, metodológica e estética, ao mesmo tempo que constatamos as bordas porosas de suas definições canônicas e observamos perspectivas críticas que preparam o caminho para o futuro da etnografia.