“É, eu venho me sentindo triste, mas não posso dizer isso a ninguém”: a reflexividade etnográfica na pesquisa sobre emoções da morte com crianças de Sumapaz e contexto de (pós-)conflito
No. 16 (2013-01-01)Autor(es)
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Sebastián Gómez Ruíz
Resumo
As experiências afetivas com a morte das crianças de Sumapaz (área rural do distrito capital de Bogotá, Colômbia) afundam suas raízes sociais na violência, o silêncio e a desconfiança que têm caracterizado o território. Este artigo analisa as implicações metodológicas que tem a aproximação etnográfica ao pesquisar sobre as emoções da morte com crianças de Sumapaz, com idades entre 9 e 12 anos, em contexto de (pós-)conflito. O carácter reflexivo etnográfico me permitiu um posicionamento pessoal e emocional sobre o que significa fazer etnografia com crianças. As reflexões apresentadas giram em volta dos problemas éticos e metodológicos sobre o silêncio das crianças e o intrusivo de perguntar-lhes sobre experiências pessoais com a morte.