Antípoda. Revista de Antropología y Arqueología

Antipod. Rev. Antropol. Arqueol | eISSN 2011-4273 | ISSN 1900-5407

“I Am Part of a Class of Producers Who Lost the Know-How of the Past and Began to Tread the Path of Technology”: Peasant Trajectories in the Manufacture of Artisan Cheeses in Minas Gerais

No. 40 (2020-07-01)
  • Leonardo Vilaça Dupin
    Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Brasil

Abstract

The article is the result of ethnographic work carried out in artisan cheese farms of southwestern Minas Gerais, Brazil. Its purpose is to discuss the complexity of the activity and the contemporary presence of peasants in the manufacture of this product. The peasants are analyzed as historical subjects, with a diversity of ways of being and living, and distinctive characteristics concerning the classic concept of peasant, resulting from their own national and regional circumstances. The “peasant” category, has emerged locally as an epistemological problem to be addressed, as it escapes the illusion of the circumscription of traditional society, which considers it a well-defined social and cultural unit. In a contemporary context, framed by the accelerated flow of people and things, in which borders are increasingly blurred, this category was not understood or used as a notion of society, but as actors who associate in various networks and who hold the family, land, and work as moral elements from which they establish specific relations with the occupied territories. Part of this complexity of relationships is what I discuss in this text. As I approached, through my fieldwork, the experiences and practices developed by social subjects, the research led me to the challenge of creating a multi-actor ethnography, several ethnographic “soils,” and empirical questions to be solved. Faced with this situation, I chose to assume the idea of a “peasantry,” understood as a subjectivity present, to a greater or lesser extent, in different specific groups that are articulated to varying extents and in ambiguous terms with modernity. Finally, I provide examples of how the trajectory of these actors is not linear, in such a way that a movement towards a dimension of modernity can open up variants that reconstitute tradition. With the establishment of health standards that reinforce “modernization” processes and the control activities that render illegal the Canastra producers, I analyze how they build local strategies based on their peasant ways.

Keywords: agriculture, artisan cheeses, illegality, modernization, peasant, peasant trajectories

References

Albert, Bruce. 1997. “Ethnographic Situation and Ethnic Movements: Notes on post-Malinowskian Fieldwork”. Critique of Anthropology 17 (1): 53-65. https://doi.org/10.1177/0308275X9701700104

Barbosa, Cristiano. 2007. “Território de vida e trabalho dos pequenos produtores de queijo da Serra da Canastra: um estudo sobre a relação entre produção camponesa e espaços naturais protegidos nas nascentes do Rio São Francisco”. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais. https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/16270/1/TerritoriosVidaTrabalho.pdf

BarbosaA. 2004. “Queijos tradicionais de Minas com mais qualidade”. Revista da Emater-MG 22 (80): 8-9.

Bosetti, Cleber José. 2012. “O camponês no olhar sociológico: de fadado ao desaparecimento à alternativa ao capitalismo”. Revista IDeAS — Interfaces em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade 5 (2): 8-32. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4060704

Brandão, Carlos R. 1999. O afeto da terra: imaginários, sensibilidades e motivações de relacionamentos com a natureza e o meio ambiente entre agricultores e criadores sitiantes do Bairro dos Pretos, nas encostas paulistas da serra da Mantiqueira, em Joanópolis. Campinas: Editora da Unicamp.

Carneiro da Cunha, Manuela. 2009. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac e Naify.

Cervantes Escoto, Fernando e Abraham Villegasde Gante, coord. 2012. La leche y los quesos artesanales en México. Cidade do México: Porrúa.

Cintrão, Rosângela. 2016. “Segurança, qualidade e riscos: a regulação sanitária e os processos de (i)legalização dos queijos artesanais de leite cru em Minas”. Tese de Doutorado, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Departamento de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.

Delfosse, Claire. 2007. La France fromagère (1850-1990). Paris: La Boutique de l’Histoire.

Dupin, Leonardo Vilaça e RosângelaCintrão. 2018. “Entre bactérias e lobos: o cerco biopolítico sobre a produção do queijo Canastra”. R@U. Revista de Antropologia da Ufscar 10 (1): 53-79. http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2018/08/v10n1-2.pdf

Dupin, Leonardo Vilaça2019. “‘Mestizo Cattle Is like us People’: Reflections on Cattle, Family and Coloniality”. Vibrant. Virtual Brazilian Anthropology 16: 1-24. http://dx.doi.org/10.1590/1809-43412019v16a209

Fernandes, Vanessa Samora Ribeiro. 2012. “Entre a regulação e a emancipação social: desafios à continuidade do lugar frente ao Parque Nacional da Serra da Canastra-MG”. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. https://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp-content/uploads/2015/05/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Vanessa-Samora-FINAL-PDF.pdf

Garcia, Afrânio Jr. 1990. O Sul: caminho do roçado. Estratégias de reprodução camponesa e transformação social. São Paulo: Editora Universidade de Brasília.

Garcia-Parpet, Marie France. 2016. “Patrimonialização de produtos alimentícios na França: construções simbólicas e reinvenção do passado”. Em Ensaios sobre a antropologia da alimentação: saberes, dinâmicas e patrimônio, editado por EllenWoortmann e Julie A.Cavignac, 493-542. Brasília/Natal-RN: ABA Publicações EdUFRN.

Latour, Bruno. 2012. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador: Edufba-Edusc.

Lourenço, Luís Augusto Bustamante. 2005. A oeste das minas: escravos, índios e homens livres numa fronteira oitocentista Triângulo Mineiro (1750-1861). Uberlândia: Edufu.

Mendras, Henri. 1991La fin des paysans: suivi d’une réflexion sur La fin des paysans, vingt ans après. Paris: Actes Sud – Labor – L’Aire, coll.

Paxson, Heather. 2013. The Life of Cheese — Crafting Food and Value in America. Londres: University of California Press.

Ploeg, Jan Douwe. 2008. Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre: Ed. UFRGS

Scott, James C. 1976. The Moral Economy of the Peasant: Rebellion and Subsistence in South East Asia. New Haven: Yale University Press.

Thompson. Edward P. 1984. “La economía ‘moral’ de la multitud en la Inglaterra del siglo XVIII”. Em Tradición, revuelta y consciencia de clase, 62-134. Barcelona: Editora Crítica.

Wanderley, Maria de Nazareth Baudel. 1996. “A modernização sob o comando da terra; os impasses da agricultura moderna no Brasil”. Idéias 3 (2): 25-54. https://www.ifch.unicamp.br/publicacoes/pf-publicacoes/ideias_3-2.pdf

West, Harry G. 2008. “Food Fears and Raw-Milk Cheese”. Appetite 51 (1): 25-29. http://dx.doi.org/10.1016/j.appet.2008.02.004

Woortmann, Klaas. 1988. “‘Com parente não se neguceia’: o campesinato como ordem moral”. Anuário Antropológico 87: 11-73. http://reformaagrariaemdados.org.br/sites/default/files/Com%20parente%20n%C3%A3o%20se%20neguceia%20In%20Anu%C3%A1rio%20Antropol%C3%B3gico%20-%20WOORTMANN,%20K..pdf

WoortmannEllen e JulieCavignac, eds. 2016. Ensaios sobre a antropologia da alimentação. Saberes, dinâmicas e patrimônios, 15-28. Lagoa Nova Natal/RN: Associação Brasileira de Antropologia/Editorial da UFRN.