Antípoda. Revista de Antropología y Arqueología

Antipod. Rev. Antropol. Arqueol | eISSN 2011-4273 | ISSN 1900-5407

The Talk of Shadows: The Domestication of Difference among Mbyá-Guaraní Youth in Southern Brazil

No. 41 (2020-10-01)
  • Ferdinando A. Armenta Iruretagoyena
    Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Abstract

The presumption of identity prescribes a naturalistic mode of identification to culture as if every social group defines itself solely by opposition to another. Based on a case of young Mbyá Guaraní (Nação Guarani do Rap) who perform rap music, I will analyze, on the one hand, the place occupied by the Juruá (non-indigenous people) in Mbyá stories and, on the other, the potential affinity between rap and the Guaraní issue. Here, music constitutes a knowledge that synthesizes the socio-territorial conflicts currently faced by various indigenous communities in Brazil and elsewhere in the world. From the ethnological literature on Tupi-Guarani groups, music (songs or dances) is a means by which to deal with others and their potential threats. The Mbyá notion of personhood employs difference as an enclave of its identification: the other (enemy, dead, deities, animals) can be constitutive of itself through a process of domestication. Based on the observations made during my transit between the village and the musical presentations, as well as through the collaborative work I conducted as the audiovisual facilitator of the group between 2017 and 2019, I will highlight the role of music as a way of prey on the other. I conclude that the presence of rap music among the Mbyá is based on a lyrical-expressive encounter, that is legible in the place that each of the cultural schemes grants to the spoken word or to the fluency with which it is pronounced. All this comprises an attempt to problematize contact, not from the plane of identity, but as a continuum between expressive forms.

Keywords: Expressive forms, indigenous rap, Mbyá-Guaraní, personhood, predation

References

Albert, Bruce y Alcida RitaRamos, orgs. 2002. Pacificando o branco: cosmologias do contato Norte-Amazônico. São Paulo: Unesp.

Cadogan, León. 1992. Ayvu Rapyta: textos míticos de los mbyá-guaraní del Guairá. Asunción: Ceaduc/Cepag.

Calazans, Daniel Pierri. 2014. “O dono da figueira e a origem de Jesus: uma crítica xamânica ao cristianismo”. Revista de Antropologia 57 (1): 265-301.

Camargo, Roberto. 2015. Rap e política: percepção da vida social brasileira. São Paulo: Boitempo.

Cardoso de Oliveira, Roberto. 1998. O trabalho do antropólogo. Brasilia: Paralelo15.

Carneiro da Cunha, Manuela. 1978. Os mortos e os outros: uma análise do sistema funerário e da noção de pessoa entre os índios Krahó. São Paulo: Hucitec.

Chamorro, Graciela. 1998a. “O rito de nominação numa aldeia Mbya-Guarani do Paraná”. Diálogos 2 (1): 201-216.

Chamorro, Graciela. 1998b. A espiritualidade guarani: uma teologia ameríndia da palabra. São Leopoldo: Sinodal/IEPG.

Clastres, Hélène. 1989. La tierra sin mal. Buenos Aires: Del Sol.

Clastres, Pierre. 1990. A fala sagrada: mitos e cantos sagrados dos índios guarani. Campinas: Papirus.

Descola, Philippe. 2001. “Construyendo naturalezas: ecología simbólica y práctica social”. En Naturaleza y sociedad: perspectivas antropológicas, editado por PhilippeDescola y GísliPálsson, 101-123. Ciudad de México: Siglo XXI.

Fausto, Carlos. 2002. “Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia”. Mana 8 (2): 7-44. https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000200001

González, César Augusto. 2013. “Bogotá desde el rap bogotano: sin amigos, sin ley y sin futuro”. Polisemia 9 (16): 64-78. https://doi.org/10.26620/uniminuto.polisemia.9.16.2013.64-78

Huyer, Bruno Nascimento. 2016. “Entre colonos e parentes: crônicas mbyá-guarani no Cone Sul”. Anales del II Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina, editado por Dilmade Melo Silva, Vivian Grace Fernández-DávilaUrquidi, Alessandra Cavalcantede Oliveira, André LuizLanza, Maria Margarida CintraNepomuceno y Mayra CoanLago, 1-13. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP).

ISA (Instituto Socioambiental). 2016. Mapa guaraní continental 2016. https://www.socioambiental.org/pt-br/mapas/mapa-guarani-continental-2016

Kelly Luciani, José Antonio. 2003. “Relations within the Health System among the Yanomami in the Upper Orinoco, Venezuela”. Tesis doctoral, Departamento de Antropología Social, Darwin College de la Universidad de Cambridge, Cambridge.

Ladeira, Maria Inês. 2007. O caminhar sob a luz: território mbya à beira do oceano. São Paulo: Unesp.

Lagrou, Elsje Maria. 2002. “O que nos diz a arte kaxinawá sobre a relação entre identidade e alteridade?”. Mana 8 (1): 29-61. https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000100002

Lagrou, Elsje Maria. 2018. “Copernicus in the Amazon: Ontological Turnings from the Perspective of Amerindian Ethnologies”. Sociologia & Antropologia 8 (1): 133-167. http://dx.doi.org/10.1590/2238-38752017v815

Macedo, Valeria y RenatoSztutman. 2014. “A parte de que se é parte. Notas sobre individuação e divinização (a partir dos Guarani)”. Cadernos de Campo (23): 287-302. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v23i23p287-302

Matias-Rodrigues, Maria Natália y Jaileilade Araújo-Menezes. 2014. “Jovens mulheres: reflexões sobre juventude e gênero a partir do movimento Hip Hop”. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud 12 (2): 703-715. http://dx.doi.org/10.11600/1692715x.12213230114.

McCallum, Cecilia. 2013. “Intimidade com estranhos: uma perspectiva kaxinawá sobre confiança e a construção de pessoas na Amazônia”. Mana 19 (1): 123-155. https://doi.org/10.1590/S0104-93132013000100005

McCallum, Cecilia. 1998. “Alteridade e sociabilidade kaxinawá: perspectivas de una antropologia da vida diária”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 13 (38): 1-11. https://doi.org/10.1590/S0102-69091998000300008

Melià, Bartomeu. 2013. “Palavras ditas e escutadas (entrevista)”. Mana 19 (1): 181-199.

Montardo, Deise Lucy Oliveira. 2004. “Uma antropologia da música guarani”. Tellus 4 (7): 73-91. http://doi.org/10.20435/tellus.v0i7.87

Mura, Fabio. 2006. “À Procura do Bom Viver. Território, tradição de conhecimento e ecologia entre os Kaiowá”. Tesis doctoral, Departamento de Antropología, Museo Nacional, Universidad Federal de Rio de Janeiro, Río de Janeiro.

Pissolato, Elizabeth. 2008. “Dimensões do bonito: cotidiano e arte vocal mbya-guarani”. Espaço Ameríndio 2 (2): 35-51. https://doi.org/10.22456/1982-6524.3062

Pissolato, Elizabeth. 2007. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo mbya (guarani). São Paulo: Unesp.

Poutignat, Philippe y JocelineStreiff-Fenart. 1997. Teorias da etnicidade. São Paulo: Unesp.

Ramos, Alcida Rita. 1990. “Ethnology Brazilian Style”. Cultural Anthropology 5 (4): 452-472. https://doi.org/10.1525/can.1990.5.4.02a00080

Schiffler, Michele Freire y AndressaZoi Nathanailidis. 2017. “O sujeito indígena brasileiro e os projetos globais: protagonismo e resistência no Rap Guarani”. Ponencia presentada en 3rd International Conference Beyond Borders: People, Spaces, Ideas. Observare, Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 18 de mayo de 2017.

Seeger, Anthony, Robertoda Matta y Eduardo Viveirosde Castro. “A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. En Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil, organizado por João Pachecode Oliveira, 11-29. Río de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Strathern, Marilyn. 2004. Partial Connections. Walnut Creek: Altamira Press.

Veiga, Juracilda y Wilmarda Rocha D’Angelis. 2011. “Escola e «secularização» da juventude mbyá-guarani”. Bulletin de la Société Suisse des Américanistes 73: 61-69.

Viveiros de Castro, Eduardo. 1999. “Etnologia brasileira”. En O que ler na ciência social brasileira (1970-1995), editado por SérgioMiceli, 164-168. São Paulo: Sumaré; Anpocs.

Viveiros de Castro, Eduardo. 1986. Os Araweté: os deuses canibais. Río de Janeiro: Jorge Zahar.

Viveiros de Castro, Eduardo. 1984. “Bibliografia etnológica básica tupi-guarani”. Revista de Antropologia 27: 7-24.

Wagner, Roy. 2012. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.