Conflitos étnicos na Amazônia Brasileira: processos de construção identitária em comunidades quilombolas de Alcântara
No. 84 (2015-05-01)Autor(es)
-
Patrícia Maria Portela NunesUniversidade Estadual do Maranhão (Brasil)
Resumo
Pretendo analisar o processo de construção identitária que ganha força com mobilizações políticas direcionadas aos direitos das comunidades remanescentes de quilombo de Alcântara, município localizado na chamada Amazônia Legal Brasileira. Direciono minha atenção para a situação de conflito social instituído nesse município com a desapropriação de grandes extensões de terras pelo Estado brasileiro para a implantação de uma base de lançamento de foguetes em 1980. A complexidade da situação social enfocada sugere que o ato de reconhecimento oficial por parte do Estado encontra-se enredado por práticas autoritárias, atualizadas pelos aparatos do Estado, e práticas arbitrárias acionadas por uma lógica empresarial.
Referências
Almeida, Alfredo Wagner Berno de. 2013. Religião e economia face às políticas de reconhecimento. Em Insurreição de saberes: práticas de saberes em comunidades tradicionais: tradição quilombola em contexto de mobilização, eds. CynthiaMartins, AnicetoCantanhede e DavidPererira, 17-19. Manaus: Universidade do Estado do Amazonas.
Almeida, Alfredo Wagner Berno de. 2011. Quilombos e as novas etnias. Manaus: Universidade do Estado do Amazonas.
Almeida, Alfredo Wagner Berno de. 2006. Os quilombolas e a base de foguetes de Alcântara. Brasília: MMA.
Barth, Fredrik.2000. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa.
Dutra, Domingos.2003. Quem aluga seus olhos não dorme na hora que quer: Alcântara para os Brasileiros. São Luís: Brochura.
Fraser, Nancy.2001. Da redistribuição ao reconhecimento? Dilemas da justiça na era pós-socialista. Em Democracia hoje: novos desafios para a teoria democrática contemporânea, ed. JesséSouza, 245-282. Brasília: UNB.
Godelier, Maurice.2010. Community, Society, Culture: Three Keys to Understanding Today’s Conflicted Identities. Journal of the Royal Anthropological Institute16 (1): 1-11.
Linhares, Luís Fernando.1999. Terra de preto, terra de santíssima. Dissertação de mestrado. UFMA.
Matonti, Fredérique e Franck Poupeau. 2004. Le capital militant. Essai de définition. Actes de la recherche en sciences sociales155: 4-11.
Mourão Sá, Laís.2007. O pão da terra: propriedade comunal e campesinato livre na Baixada Ocidental Maranhense. São Luís: EDUFMA.
Pereira Junior, Davi.2009. Quilombos de Alcântara: território e conflito. O intrusamento do território das comunidades quilombolas de Alcântara pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space. Manaus: PNCSA.
Prado, Regina.1977. Todo ano tem: as festas na estrutura social camponesa. Dissertação de mestrado. PPGAS, Museu Nacional, UFRJ.
Rancière, Jacques.2005. Chroniques des temps consensuels. Paris: Du Seuil.
Ribeiro, Domingos.2011. Histórias do Padrinho Domingos: o doutor de ossos de Canelatiua. Manaus: PNCSA-UEA.
Scott, James.2000. Los dominados y el arte de la resistencia. México: Era.
Weber, Max.2000. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: UnB.
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.