Resumen
Podemos percibir, en el contexto brasileño contemporáneo, una creciente producción artística y cultural generada por sujetos LGBTQIA+, que disputa narrativas y sensibilidades, y sugiere nuevas formas de ser en el mundo social. Buscamos observar cómo esta creciente producción artístico-cultural puede traer críticas y aportes sobre la construcción de la paz. De este modo, en el artículo, cuestionamos cómo pensar la construcción de la paz desde perspectivas cuir. Confrontamos la construcción de la paz con críticas disidentes para pensar una posible idea de paz cuir. Así, planteamos una paz cuir por la vía de la experiencia estética, en articulaciones entre afecto y política que movilizan relaciones de reconocimiento y alteridad con base en una percepción sensible de discursos de resistencia y afirmación de existencia. Nuestro propósito es hacer un análisis que valore la cultura —y su carácter estético y sensible— como campo relevante para la investigación en ciencias sociales y políticas. De esta forma, enfatizamos el cortometraje Negrum3, del cineasta Diego Paulino. Por medio de una breve incursión histórica, que presenta un cuadro de las políticas públicas LGBTQIA+ en Brasil y sus posibles puentes con una idea de construcción de la paz, y una reflexión teórica que contrasta teorías decoloniales con nombres de la academia europea, movilizamos el análisis del objeto audiovisual y pensamos cómo una paz cuir puede erigirse en la dimensión de la experiencia estética, que es también política, y puede permitirnos imaginar y viabilizar nuevas formas de vida. Concluimos que una paz cuir es una concepción desafiante que guarda sus problemáticas y se fundamenta en crítica a aprehensiones hegemónicas e institucionalizadas de paz. En tal sentido, la producción artístico-cultural, con sus planteamientos estéticos, aparece como camino inventivo. Por último, la originalidad del artículo consiste en su articulación de teorías cuir y, sobre todo, de prácticas estéticas y políticas para pensar la construcción de la paz en la realidad social brasileña.
Citas
Acontece Arte e Política LGBTI+, ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos). 2022. Mortes e violências contra LGBTI+ no Brasil: dossiê 2021, coordenado por AlexandreBogas Fraga Gastaldi, BrunaBenevides e SymmyLarrat. Florianópolis: Acontece Arte e Política LGBTI+; ANTRA; ABGLT. https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Dossie-de-Mortes-e-Violencias-Contra-LGBTI-no-Brasil-2021-ACONTECE-ANTRA-ABGLT-1.pdf
Bento, Berenice. 2014. “O que pode uma teoria? Estudos transviados e a despatologização das identidades trans”. Revista Florestan 1 (2): 46-66. https://www.revistaflorestan.ufscar.br/index.php/Florestan/article/view/64/pdf_25
Barros, Laan Mendes de.2017. “Comunicação sem anestesia”. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação 40 (1): 159-175. https://doi.org/10.1590/1809-5844201719
Barros, Laan Mendes de e KêniaFreitas. 2018. “Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro”. Revista ECO-Pós 21 (3): 97-121. https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/20262
Presidência da República. 1996. Programa Nacional de Direitos Humanos. Brasília: Presidência da República, Ministério da Justiça. http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/programa-nacional-de-direitos-humanos-1996.pdf/view
Ministério da Justiça. 2002. Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH II. Brasília: Ministério da Justiça. http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PNDH2.pdf
Butler, Judith. 2019. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Traduzido por RogérioBettoni. Belo Horizonte: Autêntica.
Cazeiro, Felipe e Henrique AraújoAragusuku. 2020. “Psicologia e políticas públicas LGBT no Brasil: um campo de reflexão e prática profissional em construção”. Em Pesquisas em psicologia e políticas públicas II, organizado por Mariana PrioliCordeiro, Maria FernandaAguilar Lara, HenriqueAraujo Aragusuku e Rodolfo LuisAlmeida Maia. São Paulo: Instituto de Psicologia/ Universidade de São Paulo.
Fanon, Frantz. 1968. Os condenados da terra. Juiz de Fora: Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Feitosa, Cleyton. 2021. “Do ‘Kit Gay’ ao ‘Ministério da Família’: a desinstitucionalização das políticas públicas LGBTI+ no Brasil”. Cadernos de Gênero e Tecnologia 14 (43): 74-89. https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/11487
Foucault, Michel. 2013. História da sexualidade I: a vontade de saber. Traduzido por Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal.
Freitas, Kênia. 2020. “PretEspaço: as cidades não imaginadas”. Multiplot!, 17 de novembro. http://multiplotcinema.com.br/2020/11/pretespaco-as-cidades-nao-imaginadas/
Freitas, Kênia e JoséMessias. 2018. “O futuro será negro ou não será: Afrofuturismo versus Afropessimismo, as distopias do presente”. Imagofagia: Revista de La Asociación Argentina de Estudios de Cine y Audiovisual (17): 402-424. http://www.asaeca.org/imagofagia/index.php/imagofagia/article/view/225
Galtung, Johan. 1976. “Three Approaches to Peace: Peacekeeping, Peacemaking, and Peacebuilding”. Em Peace, War and Defense: Essays in Peace Research, organizado por JohanGaltung, 282-304. Copenhague: Christian Ejlers.
Gonzalez, Lélia. 1988. “Por um feminismo afrolatinoamericano”. Revista Isis Internacional 9: 133-141.
Green, James Naylor. 2022. Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Editora Unesp.
Green, James Naylor, RenanQuinalha, MarcioCaetano e MarisaFernandes, orgs. 2018. História do Movimento LGBT no Brasil. São Paulo: Alameda.
Holanda, Sérgio Buarque de. 1995. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Hupe, Ana Luiza Ferreira. 2016. Ações artísticas contra formas de sujeição: deslocamentos entre imagem, escrita e performance. Tese de doutorado em Artes Visuais, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Louro, Guacira L.2004. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica.
Marconi, Dieison. 2020. “Cinema queer brasileiro ou as veias abertas da política da imagem”. Rebeca 9 (2): 141-157. https://doi.org/10.22475/rebeca.v9n2.685
Marconi, Dieison. 2021. Ensaios sobre autorias queer no cinema brasileiro contemporâneo. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais.
Mbembe, Achille. 2018. Crítica da razão negra. São Paulo: n-1 edições.
Mendes, Wallace G. e Cosme M.Silva. 2020. “Homicídios da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBT) no Brasil: uma análise espacial”. Ciência & Saúde Coletiva 25 (5): 1709-1722. https://doi.org/10.1590/1413-81232020255.33672019
Miskolci, Richard. 2011. “Não ao sexo rei: da estética da existência foucaultiana à política queer”. Em Michel Foucault: sexualidade, corpo e direito, organizado por Luís AntônioFrancisco de Sousa, ThiagoSabatine e BórisMagalhães, 47-68. Marília; São Paulo: Oficina Universitária; Cultura Acadêmica.
Mombaça, Jota. 2015. “Pode um cu mestiço falar”. Medium, 6 de janeiro. https://medium.com/@jotamombaca/pode-um-cu-mestico-falar-e915ed9c61ee
Mota, Cristiane Bevilaqua. 2021. “Cultura de paz no Brasil”. Revista Educação em Foco (13): 97-108.
Nações Unidas. 1999. “Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz”. A/RES/53/243. Comitê paulista para a década da cultura de paz: um programa da Unesco 2001-2010. http://www.comitepaz.org.br/dec_prog_1.htm
Parret, Herman. 1997. A estética da comunicação: além da pragmática. Campinas: Editora da Unicamp.
Paulino, Diego, diretor. 2018. Negrum3. Reptilia Produções, 22 min. http://reptilia.art.br/portfolio/negrum3/
Pecheny, Mario e Rafael de laDehesa. 2011. “Sexualidades, política e Estado na América Latina: elementos críticos a partir de um debate Sul-Sul”. Polis e Psique 1 (3): 19-47. https://doi.org/10.22456/2238-152X.31525
Pelúcio, Larissa. 2016. “O cu (de) Preciado - estratégias cucarachas para não higienizar o queer no Brasil”. Iberic@l, Revue d’études ibériques et ibéro-américaines (9): 123-136.
Pelúcio, Larissa e RichardMiskolci. 2009. “A prevenção do desvio: o dispositivo da aids e a repatologização das sexualidades dissidentes”. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana (1): 125-157. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=293322961007
Pinacoteca de São Paulo. 2019. Grada Kilomba: desobediências poéticas. São Paulo: Pinacoteca de São Paulo.
Preciado, Beatriz. 2011. “Multidões queer: notas para uma política dos ‘anormais’”. Revista Estudos Feministas 19 (1): 11-20. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000100002
Pureza, José Manuel. 2018. “O desafio crítico dos estudos para a paz”. Revista Organicom 15 (28): 74-89.
Rancière, Jacques. 2005. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO/34.
Rancière, Jacques. 2012. O espectador emancipado. São Paulo: WMF Martins Fontes.
Ricoeur, Paul. 1991. O si-mesmo como um outro. Campinas: Papirus.
Ricoeur, Paul. 2006. Percurso do reconhecimento. São Paulo: Loyola.
Rich, Adrienne. 2010. “Heterossexualidade compulsória e existência lésbica”. Bagoas 4 (5): 18-44. https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2309
Sampaio, Juliana Vieira e IdilvaMaria P. Germano. 2014. “Políticas públicas e crítica queer: algumas questões sobre identidade LGBT”. Psicologia & Sociedade 26 (2): 290-300. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000200006
Santos, Milton. 1994. Técnica, espaço e tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec.
Santos, Milton. 1996. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec.
Sodré, Muniz. 1999. Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis: Vozes.
Sodré, Muniz. 2006. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis: Vozes.
Sodré, Muniz. 2021. “A dança como vetor da alegria. Palestra do Professor Muniz Sodré”. Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 20 de abril, 53:34. https://www.youtube.com/watch?v=Vmr-VLhT5t4
Spivak, Gayatri Chakravorty. 2010. Pode o subalterno falar? Traduzido por Sandra ReginaGoulart Almeida, MarcosPereira Feitosa e AndréPereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora da Universidade Federal de Minas Gerais.
Trevisan, João Silvério. 2018. Devassos no paraíso: a homossexualidade brasileira da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Objetiva.
Verón, Eliseo. 2004. Fragmentos de um tecido. Rio Grande do Sul: Editora Unisinos.
Walsh, Catherine, ed. 2013. Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo I. Serie Pensamiento Decolonial. Quito: Ediciones Abya-Yala.
Walsh, Catherine, ed. 2017. Pedagogías decoloniales. Prácticas Insurgentes de resistir, (re)existir e (re)vivir. Tomo II. Serie Pensamiento Decolonial. Quito: Editora Abya-Yala.
Womack, Ytasha. 2015. “Cadete espacial”. Em Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica, organizado por KêniaFreitas, s. p. São Paulo: Caixa Cultural.

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.