Sertão as an Epistemic South: A Postcolonial Analysis of the Academic Production on Mental Health in Brazil
No. 87 (2024-01-11)Autor(es)
-
Emilene Andrada DonatoUniversidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, BrasilORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-5678-6426
-
Lupicinio Iñiguez-RuedaUniversitat Autònoma de Barcelona (España)ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-1936-9428
Resumo
In the transition between the 19th and 20th centuries, Brazilian national identity and social thought were shaped considering the spatial and symbolic dichotomy of coast-sertão, with active involvement from psychiatry. However, in the realm of racialist theories studies, these aspects have not been adequately correlated by social sciences and remain generally absent in the interdisciplinary field of mental health. In this article, we explore the significance of the sertão subregion in the Northeast in Brazilian scientific research concerning the history of mental health from the late 19th century until 1940. This specific time frame was chosen considering the relevant period of the violent epistemologies prevalent during that period and the scarcity of scientific literature on this subject. Three academic repositories from two leading institutions in the field of health were analyzed, the Oswaldo Cruz Foundation and the University of São Paulo, while the method and analysis were inspired by postcolonial perspectives, collaborative and non-extractive methodologies of southern epistemologies, and critical social psychology. As a review study, a thematic matrix was developed with three categories of analysis—postcolonial studies, Northeast and sertão; racialism and mental health; epistemic justice—and ten topics, in addition to a documentary matrix. The results indicated a scarcity of scientific productions on the Northeast and its sertão subregion, which we refer to as an epistemic invisibility, configuring it as an epistemic south. The originality of the study lies precisely in the method used to analyze academic productions on the sertão, shedding light on intersectional and interdisciplinary debates in health. It brings this territory to the forefront beyond the southeastern axis (Rio de Janeiro-São Paulo, the epistemic center of the history of mental health), and thus democratizing the understanding of the construction of Brazilian identity by emphasizing the role of psychiatry and its lasting effects to generate epistemic justice. Finally, impactful and collaborative actions were recommended to promote studies in this field, updating the relevance of the sertão and highlighting the racist and regionalist foundations ingrained in the construction of knowledge.
Referências
Amarante, Paulo. 1998. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Río de Janeiro: Editora Fiocruz.
APA (American Psychological Association). 2021. “APA Resolution on Harnessing Psychology to Combat Racism: Adopting a Uniform Definition and Understanding”. APA, febrero. https://www.apa.org/about/policy/resolution-combat-racism.pdf
Castro, Alexandre de Carvalho, Cristiana Facchinetti y Francisco Teixeira Portugal. 2018. “Técnicas, saberes e práticas psicológicas na Primeira República (1889-1930)”. Psicologia em Estudo 23: 3-12. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v23.e37446
Cazáres Hernandéz, Laura, María Christen, Enrique Jaramillo Levi, Leticia Villaseñor Roca y Luz Helena Zamudio Rodríguez. 1999. Técnicas actuales de investigación documental. Ciudad de México: Editorial Trillas.
Costa, Jurandir Freire. 2006. História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. Río de Janeiro: Garamond Universitaria Editora.
Costa, Sérgio. 2006. “Desprovincializando a sociologia: A contribuição pós-colonial”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 21 (60): 117-183. https://doi.org/10.1590/S0102-69092006000100007
Cunha, Euclides da. 2003. Os sertões. São Paulo: Editora Martin Claret.
Cunha, Cecilia de Menezes Sobreira. 2013. “A fundação da Casa de Saúde Santa Teresa em Crato-CE (1970): história local, médicos e políticas públicas para a área psiquiátrica”. Tesis de Maestría, Casa Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz, Río de Janeiro. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18983
Donato, Emilene Andrada. 2021. “Racismo epistémico en el ‘sertão’ del nordeste brasileño: un abordaje genealógico de la salud mental”. Quaderns de Psicologia 23 (3): 1-23. https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1800
Facchinnetti, Cristiana y Pedro Felipe Neves de Muñoz. 2013. “Emil Kraepelin na ciência psiquiátrica do Rio de Janeiro, 1903-1933”. História, Ciências, Saúde. Manguinhos 20 (1): 239-262. https://doi.org/10.1590/S0104-59702013000100013
Facchinetti, Cristiana y Ana Teresa A Venâncio. 2006. “Entre a psicanálise e a degenerescência: sexualidade e doença mental no início do século XX no Brasil”. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental 19 (1): 151-161. https://doi.org/10.1590/1415-47142006001012
Fanon, Frantz. 1963. Los condenados de la Tierra. Ciudad de México: FCE.
Foucault, Michael. 1968. Las palabras y las cosas. Una arqueología de las ciencias humanas. Buenos Aires: Siglo XXI Editores.
Garay, Ana, Lupicinio Íñiguez y Luz María Martínez. 2001. “Perspectivas críticas en psicología social. Herramientas para la construcción de nuevas psicologías sociales”. Boletín de Psicología (72): 57-78.
Gomes, Anna Luiza Castro. 2013. “A reforma psiquiátrica no contexto do movimento de luta antimanicomial em João Pessoa, PB”. Tesis doctoral, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca / Fundação Oswaldo Cruz, Río de Janeiro. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13806
Gómez Vargas, Maricelly, Catalina Galeano Higuita y Dumar Andrey Jaramillo Muñoz. 2015. “El estado del arte: una metodología de investigación”. Revista Colombiana de Ciencias Sociales 6 (2): 423-442. https://doi.org/10.21501/22161201.1469
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2019. “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios Contínua. Rendimento de todas as fontes 2018”. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101673_informativo.pdf
Jacobina, Ronaldo Ribeiro. 2001. “A prática psiquiátrica na Bahia (1874/1947)”. Tesis doctoral, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca / Fundação Oswaldo Cruz, Río de Janeiro. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4433
Lima, Nísia Trindade. 2013. Um sertão chamado Brasil. São Paulo: Hucitec Editora.
Maio, Marcos Chor. 2001. “Unesco and the Study of Race Relations in Brazil: Regional or National Issue?”. Latin American Research Review 36 (2): 118-136. https://www.jstor.org/stable/2692090
Maio, Marcos Chor y Ricardo Ventura Santos, orgs. 1996. Raça, ciência e sociedade. Río de Janeiro: Editora Fiocruz.
Monteiro, Filipe Pinto. 2016. “O racialista vacilante: Nina Rodrigues sob a luz de seus estudos sobre multidões, religiosidade e antropologia (1880-1906)". Tesis doctoral, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24020
Nunes, João Arriscado Nunes y Marília Louvison. 2020. “Epistemologias do sul e descolonização da saúde: por uma ecologia de cuidados na saúde coletiva”. Saúde e Socidedade 29 (3): 1-13. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020200563
Pereira, Maria Odete, Sônia Barros y Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira. 2010. “Reflexão acerca das políticas públicas brasileiras na óptica do pós-colonialismo”. Revista de Enfermagem. UFPE Online 4 (2): 730-738. https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/6210
Porto, Marcelo Firpo, Diogo Ferreira da Rocha y Marina Tarnowski Fasanello. 2021. Saúde, ecologias e emancipação: conhecimentos alternativos em tipo de crise(s). T. 1. São Paulo: Hucitec Editora.
Porto-Gonçalvez, Carlos Walter. 2005. Presentación de la edición en portugués A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas, editado por Edgardo Lander, 3-5. Buenos Aires: Clacso. https://libreria.clacso.org/publicacion.php?p=164&c=13
Revel, Judith. 2008. El vocabulario de Foucault. Traducido por Víctor Goldestein. Buenos Aires: Ediciones Atuel.
Santos, Boaventura de Sousa. 2020. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul. Coimbra: Edições Almedina.
Serra, Lia Novaes y Lia Vainer Schucman. 2012. “Branquitude e progresso: a Liga Paulista de Higiene Mental e os discursos paulistanos na contemporaneidade”. Estudos e Pesquisas em Psicologia 12 (1): 288-311. https://doi.org/10.12957/epp.2012.8321
Souza, Vanderlei Sebastião de. 2022. “Eugenia, racismo científico e antirracismo no Brasil: debates sobre ciência, raça e imigração no movimento eugênico brasileiro (1920-1930)”. Revista Brasileira de História 42 (89): 93-115. https://doi.org/10.1590/1806-93472022v42n89-06
Spivak, Gayatri Chakravorty. 1988. “Can the Subaltern Speak?”. En The Marxism and the Interpretation of Culture, editado por Cary Nelson y Lawrence Grossberg. Urbana; Chicago: University of Illinois Press.
Universidad de Navarra. 2022. “Revisiones sistemáticas: diferencias: revisión sistemática, revisión narrativa y scoping review”. https://biblioguias.unav.edu/revisionessistematicas/diferenciastipologiarevisiones
Venancio, Ana Teresa A. y Janis Alessandra P. Cassilia. 2010. “A doença mental como tema: uma análise dos estudos no Brasil”. Espaço Plural 11 (22): 24-34. https://e-revista.unioeste.br/index.php/espacoplural/article/view/4831
Venancio, Ana Teresa A. y Cristiana Facchinetti. 2005. “‘Gentes provindas de outras terras’ – ciência psiquiátrica, imigração e nação brasileira”. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental 8 (2): 356-363. https://doi.org/10.1590/1415-47142005002011
Vicentini, Renato da Silva. 2019. “Entre sanatórios e terreiros: Ulysses Pernambucano, René Ribeiro e o projeto reformista da psiquiatria social de Recife (1910-1940)”. Tesis de Maestría, Casa Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz, Río de Janeiro.
Wadi, Yonissa Marmitt. 2014. “Olhares sobre a loucura e a psiquiatria: um balanço da produção na área de história (Brasil, 1980-2011)”. História Unisinos 18 (1): 114-135. https://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/htu.2014.181.11
Wegner, Robert y Vanderlei Sebastião de Souza. 2012. “Eugenia ‘negativa’, psiquiatria e catolicismo: embates em torno da esterilização eugênica no Brasil”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos 20 (1): 1-26. https://doi.org/10.1590/S0104-59702013005000001
Licença
Copyright (c) 2024 Revista de Estudios Sociales

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.