Os usos do sexo
No. 28 (2007-12-01)Autor(es)
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Katherine M. Franke
Resumo
Este artigo se preocupa em analisar como as categorias do “sexo” e do “sexual” podem se tornar produtivas no discurso jurídico para encobrir relações de poder que não são sexuais na natureza. Parte-se de três exemplos (as interpretações de alguns antropólogos das práticas seminais dos sambia da Nova Guiné como formas de “homossexualidade ritualizada”, os ataques contra o imigrante haitiano Abner Louima, perpetrados por agentes da polícia de Nova York e o tratamento que o Tribunal Criminal Internacional deu as violações massivas de mulheres e homens na antiga lugoslávia) para mostrar o encobrimento, sob as noções de “práticas sexuais” ou de “crime sexual”, de discriminações de gênero, raciais e religiosas. Propõe, nesse sentido, um deslocamento desde a discricionariedade da categoria “do sexual” para uma revisão da violência baseada nas propostas do direito internacional humanitário. A autora conclui que não se pode perder de vista “os usos do sexo na construção dos homens, da masculinidade, das nações e na destruição das mulheres, dos homens e dos povos”.
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