Revista de Estudios Sociales

rev. estud. soc. | eISSN 1900-5180 | ISSN 0123-885X

Uma geografia para a guerra: narrativas do cerco em Francisco José de Caldas

No. 38 (2011-01-01)
  • Felipe Martínez Pinzón

Resumo

Em dois de seus textos mais emblemáticos –“Estado de la geografia en el Virreinato de Santafé” (1807) e “Del influjo del clima sobre los seres organizados” (1808) – o intelectual neogranadino Francisco José de Caldas (1768-1816) constrói uma narrativa espacial para a Nueva Granada, na qual se organiza o espaço central do projeto crioulo como um lugar que adota em seus textos a forma do lugar cercado. Um lugar que é ao mesmo tempo retaguarda civilizadora e muralha prestes a ser invadida. Um espaço ambivalente que tematiza as ansiedades do projeto crioulo, primeiro, frente às comunidades não europeias por nacionalizar e, segundo, frente aos lugares que Caldas encontra, devido a seu clima, irremediavelmente fora do império civilizador; entre os quais está o seu maior pesadelo: a selva Assim, a futura república se constrói desde a necessidade de travar a guerra sobre seu próprio território para revitalizar sua narrativa genésica, que é a narrativa do cerco. Em Caldas é possível encontrar a semente da construção ideológica de um espaço que deu forma a uma república na qual a guerra é ontológica.

Palavras-chave: Francisco José de Caldas, percursor da Independência, Ilustração em Nueva Granada, guerra na Colômbia

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