Revista de Estudios Sociales

rev. estud. soc. | eISSN 1900-5180 | ISSN 0123-885X

Escolaridade generalizada: inclusão social ou perda da identidade cultural?

No. 40 (2011-08-01)
  • María Cristina Tenorio
    Universidad del Valle. Colombia.

Resumo

Os povos indígenas colombianos passaram da tutela religiosa, que procurava “civilizá-los”, ao direito à escolaridade como etnoeducação. Esta esperançosa mudança liberal mobilizou a recuperação de saberes ancestrais para formar neles as novas gerações. O povo guambiano decidiu formar seus jovens combinando saberes indígenas e conhecimentos ocidentais. As escolas se generalizaram e surgiu o “bachillerato” (a partir da 6ª série até a conclusão do Ensino Médio no Brasil); agora todas as crianças vão desde os dois anos a instituições estatais. Já faz dez anos que chegam à “Universidad del Valle” os que se formaram no colégio agropecuário de Guambía. Dadas as altas cifras de rejeição e deserção de estudantes indígenas de diversas etnias, iniciamos, em 2005, atividades de acompanhamento, como o projeto Universidade e Culturas. A constatação de problemas de formação escolar muito insuficiente, e não de choque cultural, como esperávamos, levou-nos a indagar como está se fazendo a escolarização em dois comunidades. A psicologia cultural nos exigiu questionar o contexto político e educativo que deu lugar a novas instituições em que se formam estes jovens, e explorar os efeitos da introdução, através de meios tecnológicos, de modelos culturais que propõem valores e condutas em contradição com sua cultura ancestral. Discutimos se a escolarização em Guambía promove ou não a continuidade cultural.

Palavras-chave: Mudança cultural, identidade cultural, modelo cultural

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