Revista de Estudios Sociales

rev. estud. soc. | eISSN 1900-5180 | ISSN 0123-885X

Os refugiados internos: entre as positividades e os resíduos das margens

No. 43 (2012-08-01)
  • Juan Ricardo Aparicio
    Universidad de los Andes. Bogotá, Colombia.

Resumo

Este artigo propõe um diálogo entre os resultados de uma etnografia desenvolvida ao redor do problema dos refugiados internos e uma discussão sobre a pertinência e potencial explicativo do conceito foucaultiano da biopolítica na contemporaneidade. O artigo começa por traçar a atenção que prestará Foucault para compreender a transformação de um Estado Providencial e onipresente propriamente biopolítico em um que se contenta com introduzir uma tecnologia ambiental que já não governa por meio da sujeição dos indivíduos, mas sim por meio de uma “desinversão” que cria as condições para que sejam os mesmos sujeitos, agora como empreendedores, os encarregados de resolver os conflitos e as contradições. Utilizam-se algumas vinhetas etnográficas para entender a atualização dessa “desinversão” que acaba produzindo e mantendo “as zonas de abandono social”. Em particular, busca-se entender como essa “desinversão” ocorre dentro de uma transformação do Estado, que agora, sob os mandatos da participação e da descentralização, converte os sujeitos em gestores e responsáveis de seu desenvolvimento. Por último, deixou entrever que essas mesmas “zonas de abandono social” podem ser também zonas de pulsão e desejos que vão mais além do que se pode denominar como uma biopolítica de baixa intensidade. Para isso, utilizam-se o exemplo da Comunidade de Paz de San José de Apartadó e suas práticas antagônicas que, justamente, estão desafiando essas mesmas tecnologias.

Palavras-chave: Foucault, biopolítica, zonas de abandono social, refugiados internos, participação

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