Revista de Estudios Sociales

rev. estud. soc. | eISSN 1900-5180 | ISSN 0123-885X

Biopolítica e filosofia feminista

No. 43 (2012-08-01)
  • Amalia Boyer

Resumo

Foucault reconhece diversas formas de racionalidade política que articulam de maneira específica os procedimentos encaminhados para resolver o problema de “como governar” distinguindo entre sociedades de soberania, de disciplina e de segurança. O biopoder emerge ao passo das sociedades disciplinares às de segurança como articulação de duas tecnologias: a anatomopolítica e a biopolítica. O sexo é a “dobradiça” que articula os dois eixos ao longo dos quais se desenvolve a tecnologia política da vida. Relaciona-se com o disciplinamento do corpo (a domesticação, intensificação e distribuição de suas forças) e com a regulação da população. O sexo traduz tanto a “energia política” quanto o “vigor biológico” de uma sociedade. Contudo, Foucault insiste em deixar de lado sexo e desejo a favor da questão do uso dos prazeres. Essas proposições de Foucault são problematizadas por várias teorias do feminismo. Por um lado, denuncia-se o caráter masculinista de sua retórica, o androcentrismo de sua perspectiva e o pessimismo de sua visão. Por outro, serve de inspiração para realizar novas análises das tecnologias do corpo que manifestam as diferenças específicas de gênero, assim como a possibilidade de construir novos projetos políticos a favor da emancipação das mulheres.

Palavras-chave: Biopolítica, sexualidade, feminismo, corpos, cyborgs, worlding

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