Infraestrutura ferroviária e cidade: sua instável correspondência espacial a partir dos paradigmas da ciência, historiografia urbana e urbanismo
No. 45 (2013-01-01)Autor(es)
-
María Alejandra Saus
Resumo
Os âmbitos espaciais que integram ferrovia e cidade vêm experimentando uma relação variável no tempo. Desde a amável articulação entre infraestruturas ferroviárias e espaços públicos do século XIX, passando pela controversial convivência que o urbanismo advertiu entre ambos os domínios, até a recente integração urbana de infraestruturas obsoletas, vem se suscitando uma série de ciclos históricos que evidenciam uma flutuante inter-relação. Em enfoque culturalista, a historiografia urbana contemporânea reinterpreta esses episódios à luz da persistência geomorfológica das infraestruturas, apesar das variações em seus ciclos de uso. O objetivo deste artigo é abordar aquelas unidades históricas em sua sincronia, para fazê-las dialogar com o contexto histórico que tem permitido recortá-las para a periodização. Propõe-se como interpretação que na determinação dessas unidades têm tido incidência os paradigmas das ciências sociais, os modelos historiográficos predominantes e as diretrizes urbanísticas hegemônicas, que, ao estabelecer descontinuidades na produção de conhecimento disciplinar e nos modos de conceber o urbano, vêm propiciando rupturas na maneira de abordar as relações espaciais entre infraestrutura e cidade. Tentaremos uma reflexão sobre essas mudanças paradigmáticas e seu papel segmentário na historiografia urbana.
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.