Revista de Estudios Sociales

rev. estud. soc. | eISSN 1900-5180 | ISSN 0123-885X

Territoriality and Ancestry: The Formation and Recognition of the Quilombo do Degredo Fishing and Extractive Community, Brazil

No. 91 (2025-01-10)
  • Lorena Lins
    Universidade Vila Velha, Brazil
    ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-3264-3011
  • Augusto Cesar Salomão Mozine
    Universidade Vila Velha, Brazil
    ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-8969-0025

Abstract

This article explores the interplay between ancestry and territoriality in the formation and formal recognition of the quilombola fishing and extractive community of Degredo, Brazil. Using participant observation, focus groups, and interviews conducted between 2018 and 2021, the study examines how community members perceive their identity and territoriality, and how these factors influenced the recognition process. The Degredo community faces daily challenges, including interference from exploitative enterprises and conflicts with regional farmers. Deeply connected to the sea, rivers, and lagoons—essential spaces for family life and collective activities—the community frequently engages in environmental licensing processes characterized by limited dialogue and minimal participation. They also confront broader issues such as road construction projects, backyard pipelines, inadequate infrastructure, and restricted access to social rights, including education, healthcare, transportation, housing, employment, and income. In response to these adversities, the Degredo quilombola community has fostered strong collective mobilization to defend their territorial rights and maintain their way of life, which in turn shapes their unique identity and territoriality. The 2015 collapse of the Fundão dam, owned by the Samarco mining company in Mariana, Minas Gerais, Brazil, exacerbated these challenges. By February 2016, mining tailings carried by the wind had reached Degredo beach, further affecting the community. Drawing on critical political ecology, this article highlights how Degredo contends with agricultural and industrial exploitation projects while addressing long-standing socio-environmental conflicts. The study also delves into the community’s process of self-determination and its formal recognition as a quilombola by Brazil’s National Agrarian Reform Institute and the Palmares Cultural Foundation.

Keywords: identity, political ecology, Quilombola community, recognition, territoriality

References

Albán, Adolfo. 2006. “Conocimiento y lugar: más allá de la razón hay un mundo de colores”. Em Texiendo textos y saberes: Cinco hilos para pensar los estudios culturales, la colonialidad y la interculturalidad, editado por Adolfo Albán. Popayán: Universidad del Cauca.

Albán, Adolfo. 2010. “Comida y colonialidad: Tensiones entre el proyecto hegemónico moderno y las memorias del paladar”. Calle14: Rrevista de Investigación en el Campo del Arte 4 (5): 10-23. https://revistas.udistrital.edu.co/index.php/c14/article/view/1200

Albán, Adolfo e José Rosero. 2016. “Colonialidad de la naturaleza: ¿imposición tecnológica y usurpación epistémica? Interculturalidad, desarrollo y re-existencia”. Nómadas 45: 27-41. https://10.30578/nomadas.n45a2

Albuquerque, Ulysses Paulino e Natália Hanazaki. 2006. “As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pespectivas”. Revista Brasileira de Farmacognosia 16: 678-689. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2006000500015

Antón Sánchez, Jhon. 2021. “The Character of the People in the African Descent of Latin America, a Challenge for International Law”. Diálogo Andino (65): 245-259. http://dx.doi.org/10.4067/S0719-26812021000200245

Arruti, José Maurício. 1998. “Comunidades negras rurais: entre a memória e o desejo”. Tempo Presença 20: 15-18.

Arruti, José Maurício. 2006. Mocambo: antropologia e história no processo de formação quilombola. Bauru: EDUSC-ANPOCS.

Asher, Kiran. 2004. “Engendrando desenvolvimento e etnicidade nas terras baixas do Pacífico colombiano”. Revista Estudos Feministas 12 (1): 15-45. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2004000100003

Bargas, Janine e Rousiley Maia. 2019. “Teoria do reconhecimento e interações cotidianas: o caso das lutas dos quilombolas do Pará”. Contracampo 38 (2): 85-98. https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i0.28515

Barth, Frederik. 1998. Grupos étnicos e suas fronteiras. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista.

Barth, Frederik. 2000. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria.

Begossi, Alpina, Mariana Clauzet e Robert Dyball. 2015. “Comunidades pesqueiras, etnoecologia, ecologia humana e segurança alimentar: uma revisão de conceitos, modelos e ensino”. Segurança Alimentar e Nutricional (22) 1: 574-590. https://doi.org/10.20396/san.v22i1.8641579

Bello, Alvaro e Marta Rangel. 2002. “La equidad y la exclusión de los pueblos indígenas y afrodescendientes en América Latina y el Caribe”. Revista Cepal 76: 39-54. https://www.cepal.org/es/publicaciones/10800-la-equidad-la-exclusion-pueblos-indigenas-afrodescendientes-america-latina

Bryant, Raymond. 2015. “Reflecting on Political Ecology”. Em The International Handbook of Political Ecology, editado por Raymond Bryant, 14-26. Cheltenham: Edward Elgar.

Chagas, Maria de Fátima. 2001. “A política do reconhecimento dos ‘remanescentes das comunidades dos quilombos’”. Horizontes Antropológicos 7 (15): 209-235. https://doi.org/10.1590/S0104-71832001000100009

Couzemenco, Fernanda. 2019. “Não tinha Dinheiro, mas tinha fartura e saúde”. Século Diário, 2 de novembro, 19. https://www.seculodiario.com.br/meio-ambiente/nao-tinha-dinheiro-mas-tinha-fartura-e-saude/

Cruz, Margarita Paloma, Nivaldo Peroni e Ulysses Paulino Albuquerque. 2013. “Knowledge, Use and Management of Native Wild Edible Plants from a Seasonal Dry Forest (NE, Brazil)”. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 9: 79. https://doi.org/10.1186/1746-4269-9-79

Cunha, Manuela Carneiro. 1986. Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade. São Paulo: Brasiliense.

da Costa Ramalho, Claudilene. 2024. “Quilombo é o nosso lugar: a (re)existência quilombola no Brasil”. Revista em Pauta: Teoria Social e Realidade Contemporânea 22 (55): 117-132. https://doi.org/10.12957/rep.2024.79900

Emperaire, Laure e Nivaldo Peroni. 2007. “Traditional Management of Agrobiodiversity in Brazil: A Case Study of Manioc”. Human Ecology 35 (6): 761-768. https://doi.org/10.1007/s10745-007-9121-x

Escobar, Arturo. 2015. “Territorios de diferencia: la ontología política de los ‘derechos al territorio’”. Cuadernos de Antropología Social 41: 25-37. http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/cas/article/view/1594

Fanon, Franz. 2008. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia.

Faustino, Deivison Mendes. 2018. “Frantz Fanon: capitalismo, racismo e a sociogênese do colonialismo”. SER Social 20 (42): 148-163.

Ferdinand, Malcom. 2022. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: Ubu Editora.

Ferreira, Giovanilton André Carreta, Augusto Cesar Salomão Mozine e Viviane Mozine Rodrigues, coords. 2021. Diagnóstico da Comunidade de Degredo. Vila Velha: Segex. https://repositorio.uvv.br/handle/123456789/840

Ferreira, Simone Raquel Batista. 2009. “‘Donos do lugar’: a territorialidade quilombola do Sapê Norte”. Tese de doutorado. Universidade Federal Fluminense.

Ferreira, Simone Raquel Batista. 2016. “Marcas da colonialidade do poder no conflito entre a mineradora Samarco, os povos originários e comunidades tradicionais do Rio Doce”. Em Desastre no Vale do Rio Doce: antecedentes, impactos e ações sobre a destruição, editado por Bruno Milanez e Christiana Losekann, 267-310. Rio de Janeiro: Letra e Imagem.

Ferreira, Simone Raquel Batista. 2017. “Conflitos territoriais e a explicitação de matrizes de racionalidade divergentes: projetos desenvolvimentistas e a emergência de r-existências dos povos e comunidades tradicionais no Espírito Santo”. Em Geografia e giro descolonial: experiências, ideias e horizontes de renovação do pensamento crítico, editado por Valter do Carmo Cruz e Denilson Araújo de Oliveira, 179-208. Rio de Janeiro: Letra Capital.

Ferreira, Simone Raquel Batista e Osvaldo Martins Oliveira. 2015. “De Regência a Barra Nova, é tudo quilombola! Relatório preliminar de visitas de campo à Comunidade de Degredo, Linhares (ES)”. Universidade Federal do Espírito Santo; Fundação Cultural Palmares.

Franklin, Tatiana e João Giry. 2020. Morro dos Anjos: Antonia. Produção: Augusto Cesar Salomão Mozine e Viviane Mozine Rodrigues. Vila Velha: Redes de Cidadania, Universidade Vila Velha. https://www.youtube.com/watch?v=jm1w4qU9B2M&t=204s

Fraser, Nancy. 2007. “Reconhecimento sem ética?” Lua Nova 70: 101-138. https://doi.org/10.1590/S0102-64452007000100006

Fraser, Nancy. 2013. “Justiça anormal”. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo 108: 739-768. https://revistas.usp.br/rfdusp/article/view/68001

Gonçalves, Felipe Pinto. 2011. “Atividade energética e riscos no litoral de Linhares: problemas e perspectivas para a gestão do território”. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Espírito Santo.

Hall, Stuart. 1996. “Identidade cultural e diáspora”. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 24: 68-75.

Honneth, Axel. 2003. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34.

Invernon Duconge, Giselle e Menara Lube Guizardi. 2014. “Diásporas, etnicidad y etnogénesis: de las reflexiones teóricas a los estudios de caso sobre las comunidades afro-descendientes en América latina”. Papeles de Trabajo. Centro de Estudios Interdisciplinarios en Etnolingüística y Antropología Socio-Cultural 28: 95-119. https://doi.org/10.35305/revista.v0i28.70

Leff, Enrique. 2006. Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Leff, Enrique. 2016. A aposta pela vida: imaginação sociológica e imaginários sociais nos territórios ambientais do sul. São Paulo: Vozes.

Leite, Ilka Boaventura. 2010. “Humanidades insurgentes: conflitos e criminalização dos quilombos”. Em Cadernos de debates nova cartografia social: territórios quilombolas e conflitos, organizado por Alfredo Wagner Bento de Almeida, 17-40. Manaus: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia.

Leite, Ilka Boaventura. 2016. “Diásporas africanas e direitos territoriais: As várias dimensões do quilombo no Brasil”. Em Direitos quilombolas & dever de Estado em 25 anos da Constituição Federal de 1988, organizado por Osvaldo Martins Oliveira, 289-304. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Antropologia.

Little, Paul Eliot. 2003. “Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade”. Anuário Antropológico 28 (1): 251-290. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6871

Little, Paul Eliot. 2004. “A etnografia dos conflitos sócio-ambientais: bases metodológicas e empíricas”. Comunicação apresentada no II Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. Indaiatuba, 26 a 29 de maio.

Marques, Carlos Eduardo, Cássio Brabosa e Flávia Peres Nunes, coords. 2019. Estudo do componente quilombola da comunidade remanescente de Quilombo do Degredo. Belo Horizonte: Herkenhoff & Prates.

Mbembe, Achilie. 2001. “As formas africanas de auto-inscrição”. Revista Estudos Afro-Asiáticos 23 (1): 171-209. https://doi.org/10.1590/S0101-546X2001000100007

Mbembe, Achilie. 2014. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona.

Nascimento, André e Viviane Mozine Rodrigues. 2021. “Pesca artesanal em Conceição da Barra (ES): uma análise do associativismo pesqueiro”. Em Coletânea analítica: programa de educação ambiental redes de cidadania, vol. 3, organizado por Vinícius Francisco Marchese, Augusto Cesar Salomão Mozine e Viviane Mozine Rodrigues, 87-100. Curitiba: Editora CRV.

Oliveira, Osvaldo Martins de. 2005. “O projeto político do Território Negro de Retiro e suas lutas pela titulação das terras”. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina.

Porto-Gonçalves, Carlos Walter. 2002. “Da Geografia às geo-grafias: um Mundo em busca de novas territorialidades”. Em La guerra infinita: hegemonía y terror mundial, organizado por Ana Esther Ceceña e Emir Sader, 217-256. Buenos Aires: Clacso.

Quijano, Aníbal. 2005. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”. Em A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas, organizado por Edgardo Lander, 117-142. Buenos Aires: Clacso.

Ramires, Milena, Mariana Cauzet, Matheus Marcos Rotundo e Alpina Begossi. 2012. “A pesca e os pescadores artesanais de Ilhabela (SP), Brasil”. Boletim do Instituto de Pesca 38 (3): 231-246. https://www.bvs-vet.org.br/vetindex/periodicos/boletim-do-instituto-de-pesca/38-(2012)-3/a-pesca-e-os-pescadores-artesanais-de-ilhabela-sp-brasil/

Rodrigues, Guilherme e Daniel Martins, coords. 2021. Plano básico ambiental quilombola da comunidade remanescente de Quilombo do Degredo. Belo Horizonte: Herkenhoff & Prates.

Samarco e Estado do Brasil. 2016. “Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta”. Brasília, 2 de março. https://www.fundacaorenova.org/wp-content/uploads/2016/07/TTAC-FINAL-ASSINADO-PARA-ENCAMINHAMENTO-E-USO-GERAL.pdf

Santos, Antonio Bispo dos. 2015. Colonização, Quilombos modos e significados. Brasília: Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa.

Santos, Antonio Bispo dos. 2018. “Somos da Terra”. Pisegrama 12: 44-51. https://piseagrama.org/artigos/somos-da-terra/

Silva, Ana Cláudia Matos da. 2019. “Uma escrita contra-colonialista do quilombo Mumbuca Jalapão-TO”. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília.

Teixeira, Claudinéa da Cunha. 2010. “(Re)organização da beira-mar: diferentes modos de uso e ocupação no norte do Espírito Santo”. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Espírito Santo.

Zhouri, Andrea, Raquel Oliveira, Marcos Zucarelli e Max Vasconcelos. 2018. “O desastre do Rio Doce: entre as políticas de reparação e a gestão de afetações”. Em Mineração, violências e resistências: um campo aberto à produção de conhecimento no Brasil, organizado por Andrea Zhouri, 28-64. Marabá: iGuana.

Zorzal, Marta, Domitila Costa Cayres e Luciana Andressa Martins. 2019. “Desastre socioambiental e Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) como instrumento de política pública: O caso da barragem de Fundão, MG”. Civitas: Revista de Ciências Sociais 19 (2): 464-488. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2019.2.30227

License

Copyright (c) 2025 Lorena Lins, Augusto Cesar Salomão Mozine

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.